O POEMA NA FOTO
Bronzeados, sorriem, as duas crianças no colo do meu esposo.
O sol está cansado depois de um dia na praia.
Meu filho não tem o olhar de uma criança de apenas três anos
mas seu braço se apoia completamente sobre o do pai,
dedos do filho seguros ao polegar do pai.
Minha filha repousa seu braço sobre o do irmão, sua cabecinha
levemente recostada, esconde
a mão de meu esposo que afaga
seus cachos de seda, de um ano.
Meu esposo é o único que sorri diretamente à câmera,
suas linhas em paz.
Ele sabe
que essa foto ainda terá voz
muito depois do vento soprar o sol
ao silêncio.
Ester;
Que fantástica postagem. Isso, que é o mais simples, que é a mágica da fotografia, que, para mim, é um dos maiores prazeres da fotografia -ter os entes queridos nelas. O poema é tocante porque faz reverberar em nós os mesmos sentimentos quando vemos as nossas cenas.
Sou, talvez de forma muito arraigada, fã do Protágoras. Como ele penso ser o homem a medida de todas as coisas, então penso a fotografia sempre como uma carícia, uma compaixão, uma ligação com uma situação humana que é narrada compassivamente. Não gosto, não me atrai, a fotografia idealizadora, atrai-me essa coisa que parece pequena e é, no fundo, a verdadeira.
Obrigado por me mostrar este poema-e-foto.
Ivan,
a foto me lembrou a foto que vc publicou do garoto tocando vioão-
abs,